segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Mau dia!


Era assim que ele cumprimentava todos assim que chegava ao escritório.
"Mau dia!"
Entrava, anunciava sua presença carinhosamente e sentava-se à mesa com os pés sobre o tampo, desdenhando com um sorriso zombeteiro.
Acredito que esse não era o seu desejo - Mau dia - a todos que o cercavam  mas sim uma maneira de jogar fora toda a sua tristeza e indignação pelo "mau dia" em que sua vida havia se tornado.
No fundo ele era um cara que sentia pena de si mesmo e queria apenas que seus dias não fossem tão maus a seus olhos.
Acontece que num mau dia, quando este não parecia, seu coração, cansado de dias desapontadores, parou de bater. 
E foi assim o fim de sua existência. Foi o ponto final nos seus "maus dias".
Ainda em seu caixão, ele aparentava ter aquele mesmo sorriso zombeteiro, aquele ar de galhofa. Ciente de que seus maus dias não eram mais seus mas sim dos que ficaram.

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