terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Andejo 2


Aí, um belo dia, pus os pés fora da minha vila.
Eis que o mundo era meu e eu, bem, eu caminhei. Conhecendo gente, explorando lugares e paragens.
O mundo foi girando sob as solas de meus tênis. Os dias a passar como minutos.
Onde deixei você? Em que ponto da estrada meu olhar não viu mais o teu?
A vida, seguindo a passos rápidos, mais do que se pode contar.
Como estará minha vila? E as coisas que deixei. Você.
A cada sol que se põe, cada noite sem luar, vou onde levam meus pés.
Sempre em frente, seguindo a direção do dia pelas campinas, prados, calçadas e asfalto escaldante.
Sigo marginal, andejo e quase não lembro mais do teu rosto. Entristeço. A distância faz as fotos da memória esmaeçerem, e aí, fica só o teu sorriso.

É o que me basta. É o que levo comigo.
Um dia quem sabe, nas viradas do mundo, volto à minha vila pra ver teu sorriso outra vez.
Descansar a teu lado sob o amanhecer orvalhado na serra da infância.
Parar feliz e deixar meus tênis para trás.

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