terça-feira, 27 de julho de 2010

Espaço, a fronteira final...


Outro dia, arrumando uns papéis em casa, encontrei o original deste texto que escrevei no início dos anos 90, depois de uma experiência musical com meu mano velho Leandro, o capitão do Projeto Igor(essa é uma outra história...), onde testávamos letras para uma canção que se chamou "Longitudinais" e depois mudou para "Os novos deuses".
Essa letra eu escrevi só de inveja mesmo! A letra oficial ficou tão boa, que só o que mudou foi o nome da música.
Na verdade, a letra ficou tão legal que resolvi escrever algo parecido, com um clima parecido.


Oitavo

planeta verde de latitude distante,

quem te vê nem imagina, a tua face escondida, conspira,

e a tua sombra longínqua, contempla,

o cavalgar dos cometas azuis, errantes,

disfarçam tuas lágrimas incandescentes,

que não se secam, nem queimam,

o juízo instantâneo e eterno,

onde dormem gigantes esquecidos,

quimeras em profundezas abissais,

sereias siderais, aprisionadas no altar,

entre vales e desertos de gelo e névoa vermelha,

descansa tua cabeça da coroa de estrelas,

que iluminam teu caminho e mergulhe,

na escuridão sem fim de teus olhos,

negro azeviche, opaco, impenetrável,

frio, só,

e então retorne de seu sono,

ofega teu cansaço no peito do teu oponente,

de cores azuis, de espaço blue,

acima do firmamento,

quietude, solidão e a dor,

que não se esquece nem se deixa,

sua silhueta negra te espera,

para o esquecimento,

a vida, outra vez,

exige, a paga, o preço,

tua moeda de prata,

para a travessia,

sem fim,

sem destino,

sem volta.

Um comentário:

  1. Salve, mano.
    Não sabia dessa história.
    Belo poema.
    abraços,

    Leandro

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