domingo, 5 de setembro de 2010

A musa dos diminutos pés



A musa de diminutos pés cruzou meu caminho,
Cercados de verdugos e espinhos;
Traçou sua delicada marcha;
Bela, vem, chega e passa;
Não gastou nem um minuto;
De seu caminhar pequeno, resoluto;
A dama e seus pés delicados;
Entre outros predicados;
Me turva a lembrança;
Qual pequena criança;
Desampara, lacrimeja;
Os favores de tal dona almeja;
Sem esperança de prêmio ditoso;
Receber célere, sequioso;
Os beijos da diminuta boca;
Que ofega, irascível, louca;
Seus deleites eternais;
Em noites escuras, abissais;
Minha bela dama;
Selvagem e doce ama;
O já combalido;
Prazeroso e carcomido;
Corpo lânguido e sedento
Sorridente qual unguento,
Das delícias que apresentas,
E em leito cálido acalentas;
Este pobre rimador;
Teu escravo, quisera, senhor.

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