segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A minha Canção do Exílio


Escrevi este texto numa aula de literatura brasileira. Falávamos sobre a "Canção do exílio", de Gonçalves Dias e as diversas variações feitas a partir do original. Aí pensei, porque não fazer a minha versão? Pretensão, né?
Escrevi. Essa versão não trata exatamente de um exílio mas de uma saudade de um lugar que se perdeu no tempo e só existe na memória do autor.
Falo aí da cidade de Santos dos meus dias de moleque, que por vezes insiste em me assombrar com a doçura de um tempo e um lugar que não voltam mais.

Canção do Exílio 2007

Há um porto, se me lembro,
E não há como esquecer;
Vêem-se gaivotas e fragatas,
Indo rumo ao amanhecer.

Havia um céu negro-azulado,
E coqueiros ao vento amigo,
Sussurrando uma canção;
Tão doce ao pé do ouvido.

E eu que teimei em ser sozinho,
Quanto desgosto encontrei;
Com saudade da minha terra,
De amargura, chorei.

Nos jardins da meninice,
De novo quero brincar;
Ao abraço do vento amigo,
Ter para onde voltar;
E a doce canção marinha,
Eternamente a embalar.

Um dia, eu sei,
Minha canção há de findar,
Antes da nota derradeira;
Esta voz fará soar,
Seu hino de saudade,
Saudade de além do mar.
A foto acima mostra o terminal das 'catraias' que são as barquinhas que fazem o transportes de pessoas entre Santos e Vicente de Carvalho(Guarujá). Fiz essa travessia muitas e muitas vezes quando era menino. Faz muito tempo que não volto lá mas sei que as catraias ainda estão ativas, como antigamente.

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